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Musculação ou treino funcional, qual é melhor para queimar gordura e emagrecer? Veja um comparativo e saiba escolher a melhor opção para suas necessidades.
Uma discussão sempre presente no meio fitness é eleger a fórmula mágica. Passam-se os anos e novas modas surgem prometendo ser “soluções definitivas” para promover o emagrecimento.
A proposta desse artigo é fugirmos do senso comum e analisarmos friamente a efetividade do exercício para o processo de emagrecimento.
Afinal, será que exercício emagrece mesmo?
O processo de emagrecimento é muito mais complexo do que muitos imaginam. Não envolve apenas fazer exercício sem alterar todo o contexto de vida do indivíduo.
O aspecto fundamental no emagrecimento está relacionado com o balanço energético diário (ou seja, comer menos do que se gasta de energia no dia) e, portanto, a dieta.
O exercício pode ajudar a promover o déficit calórico. Ou seja, é uma ferramenta. Mas somente a prática por si só não gera o emagrecimento.
Se o exercício não parece ser tão eficiente para perda de peso, por que devo praticá-lo?
O exercício pode oferecer inúmeros benefícios a saúde, tais como:
- Desenvolver massa muscular
- Aumento da capacidade cardiorrespiratória
- Melhoria da sensibilidade a insulina
- Melhoria do desempenho em tarefas cotidianas
- Aumento do bem-estar
Enquanto somos jovens não temos ideia da magnitude desses benefícios. Muitos só atribuem ao lado estético. Porém na 3ª idade a preservação de massa muscular é fundamental para prevenção de quedas e manutenção da autonomia nesse período da vida.
Fazer exercício é o melhor legado que você pode deixar para o seu “eu” do futuro!
Musculação: quais os benefícios e indicações?
Com a informação em mente de que o exercício por si só não irá “te emagrecer”, vamos analisar o que cada uma dessas modalidades pode te oferecer. A começar pela musculação.
A musculação, também conhecida como treinamento com pesos, é caracterizada pela realização de atividades que envolvem superar uma carga (oferecida por meio de pesos, por exemplo).
Resumidamente, a sobrecarga mecânica promovida pela musculação gera a ativação de algumas vias de sinalização celular que culminarão com o aumento da síntese proteica. Ou seja, novas proteínas musculares são produzidas e as fibras que compõe esse tecido tornam-se mais calibrosas.
A longo prazo, o músculo torna-se maior e com maior capacidade de gerar força (afinal, temos mais proteínas, muitas delas contráteis, que irão ajudar nesse trabalho). Além disso, também temos adaptações relacionadas ao aspecto neural que vão auxiliar no recrutamento das fibras para maior produção de força.
Sendo assim, a musculação irá te oferecer ganhos funcionais (você ficará mais forte) e mais massa muscular, ajudando no processo de recomposição corporal.
Lembra do que comentei anteriormente sobre a importância de se ter músculo na 3a idade? A sala de musculação é um dos melhores locais para desenvolvê-los!
É uma atividade indicada para todos. Restrições particulares são referentes a alguns exercícios, para alguns indivíduos com condições clínicas específicas.
Funcional: quais os benefícios e indicações?
O funcional é um método de treinamento que envolve mimetizar atividades do dia a dia tais como saltos, agachamentos, exercícios que envolvem equilíbrio, tarefas de puxar e empurrar.
Assim como a musculação, dependendo de como o treino for organizado, é possível trabalhar força e desenvolver a musculatura.
Como os treinos são organizados em forma de circuitos, além de força, podemos trabalhar desenvolvimento de capacidade cardiorrespiratória, potência, flexibilidade e equilíbrio. Tudo dependerá de como o profissional organizar o treino e quais os objetivos dos alunos.
Assim como a musculação, não existem indicações e contraindicações específicas ao modelo de treinamento em si, mas sim a realização de alguns exercícios.
Importante destacar que alguns perfis psicológicos podem preferir o funcional em relação a musculação, por conta de seu dinamismo e a possibilidade de se realizar em espaços abertos.
Musculação ou Funcional? Qual é melhor para emagrecer?
Como dito anteriormente, não é o exercício que vai determinar o sucesso do seu emagrecimento.
Alguns podem até alegar: “ok, mas quero saber qual é o que queima mais gordura!”. E a resposta não é tão simples. De fato, existe uma zona de intensidade de exercício onde a taxa de oxidação de gorduras é mais elevada: a zona de Fat max.
A intensidade que o exercício é realizado para de fato o indivíduo estar dentro da faixa de Fat max é muito baixa. Inclusive, tão baixa que poderia não gerar adaptações positivas para a saúde que o exercício aeróbio gera. Além disso, a quantidade de gordura “queimada” é tão pequena que o impacto disso no emagrecimento é irrisório.
Num contexto de um programa de emagrecimento bem planejado, entre musculação e funcional, o primeiro poderia ser vantajoso pensando como estratégia para a preservação da massa muscular do indivíduo, uma vez que o déficit calórico sem o treinamento resistido associado pode gerar perda de massa magra.
Mas lembre-se: melhor exercício é aquele que você se identifica, gosta de fazer e continuará praticando durante toda sua vida. Só assim você colherá os benefícios para a saúde que a prática de exercícios pode oferecer para sua vida!
Referências:
Stoner, L., Rowlands, D., Morrison, A., Credeur, D., Hamlin, M., Gaffney, K., Lambrick, D., & Matheson, A. (2016). Efficacy of Exercise Intervention for Weight Loss in Overweight and Obese Adolescents: Meta-Analysis and Implications. Sports medicine (Auckland, N.Z.), 46(11), 1737–1751 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27139723/
Curioni, C. C., & Lourenço, P. M. (2005). Long-term weight loss after diet and exercise: a systematic review. International journal of obesity (2005), 29(10), 1168–1174. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15925949/
Church, T. S., Martin, C. K., Thompson, A. M., Earnest, C. P., Mikus, C. R., & Blair, S. N. (2009). Changes in weight, waist circumference and compensatory responses with different doses of exercise among sedentary, overweight postmenopausal women. PloS one, 4(2), e4515. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19223984/